Recebi um convite de uma prima minha para escrever sobre algo
no Blog dela. Como a mesma não me falou tema nem qualquer tipo de conteúdo
fiquei numa duvida terrível do que escrever. Como estava escrevendo sobre
Design e Marketing, porque não falar do próprio Design? Mas para escrever sobre
algo, precisamos naturalmente entender sobre esse conteúdo e para se entender é
preciso, descrever. Com isso começo o post com um detalhe simples: um
Glossário.
Para os entendidos: Design, Brading, Marketing, Design
Thinking, Marca, Web Design, Tendências, Demandas, são temas corriqueiros da
profissão. Tanto é que se perguntar algo para eles, muitos saberão me responder
se não tudo, boa parte disso que escrevi. MAS (há sempre um mas) e os não
entendidos? Como eles devem ficar?
Para se criar um glossário é preciso ler muito e como não
sou um adepto da leitura diária (mas sim leio bastante conteúdo diversificado),
melhor começar pelas traduções dos termos.
Design: muitos o confundem com o termo em português chamado
desenho mas design significa Projeto. Desenho em inglês significa Draw. Design
é o trabalho de projetar as coisas mais praticas e úteis para todos poderem
usar e trabalhar com. Ele abrange desde um pequeno cardápio de restaurante até
um livro ou jornal inteiros. Passa pela tecnologia da informação onde a
hierarquia é o ponto crucial até o mapeamento de processos internos de empresas
e serviços de varias empresas ao mesmo tempo. Sempre com o propósito de
melhorar todos eles (o que nem sempre acontece).
Marketing: esse realmente não tem tradução. Foi um termo
criado na década de 1960 por um americano que estudava os desejos e anseios de
consumo da população e transformou seus estudos de observação em carreira de
estudos, o que deu certo e hoje faz um enorme sucesso.
Branding: esse é o termo mais complexo de todos os termos no
estudo de design. Apesar de ter uma tradução direta que significa Marca essa
tradução é mais literal do que pratica. Ele costuma estudar, mapear e
identificar nas empresas, pessoas e serviços oferecidos o quanto os
consumidores são, estão ou conseguem perceber da sua afinidade ou repúdio a
certas “Marcas” que existem no nosso cotidiano do consumo natural. Independe da
população ou empresas que participem dele, isso acontece e é muito sério.
Web Design: Web significa Rede e Design significa Projeto.
Um projeto de rede seria a tradução mais direta, sim? Exato, mas não é o que
acontece. Web Design é o estudo do sistema que forma a rede de informações que
compõe todos os códigos que fazem a Internet ser possível. Muitos desses
códigos o Designer não estuda mas o mercado pede para que ele saiba pois o
“portal” (ou Web Site) precisa estar “bonitinho” e apresentável para os
clientes (aí sim um trabalho para os designers ou micreiros da vida).
Demanda vem do verbo demandar que é: a busca pela quantidade
certa de coisas que um grupo de pessoas ou empresas se dirigem para se manterem
inteiras. Demanda nada mais é que a “disputa por algo, alguém ou algum local”.
Tendência significa: Inclinação, propensão ou vocação. É
quando as atitudes de empresas, pessoas, sistemas ou serviços se encaminham
para a melhora ou piorar dos mesmos “É tendência, todos os anos, as passagens
de ônibus aumentar!”
Design Thinking já é um pouco mais complexo. Ele é um conjunto
de ações e de posturas que empresas, pessoas, organizações e grupos podem ter e
usufruir para melhorar a identificação de problemas nos seus próprios ambientes
de trabalho e a partir disso, diferenciar toda uma cadeia produtiva. Gerar
novos resultados dentro de qualquer organização ou grupo é o objetivo central
do “Pensamento de Design”.
Então, depois de definirmos nosso pequeno e enxuto
glossário, vemos que os termos usados na carreira são diversos e de variadas
linhas de trabalho. Da mesma forma que ao chegarmos nos aeroportos e lemos nas
placas “arrive” que significa “chegar”,
é interessante dar explicações do como e do porque de certos temos serem
em inglês no ramo e para isso um resumo da história.
Uma vez um amigo me mostrou o texto de uma conhecida dele
que estava escrito “design is a behavior not a department” que traduzindo
significa “projeto é um comportamento não um departamento”. Isso não é
explicativo mas também não é tão indiferente assim. Design, muitas vezes, é uma
das duas condições porém quem não conhece acha que é Departamento.
Em determinados momentos um departamento que trabalha,
estuda, projeta e melhora o que está sendo feito, de forma artisticamente
agradável, é design. Em outras, o design acontece, como aconteceu quando o
homem usou, pela primeira vez, um osso para se proteger de predadores na idade
da pedra. Dessa forma descobriu que superioridade numérica e observação o
tornava mais esperto que os outros animais contemporâneos. Resultado disso foi
a hegemonia da espécie e o atual problema de super lotação do planeta por homo
sapiens. Não sei se isso irá cair bem para grande maioria dos leitores mas se
nosso sistema continuar dessa forma, gerando maior pobreza ao redor do mundo,
pior será para nós mesmos. E o design? Como ele fica nessa hora? Não vai ter
história para contar mas sim muitas coisas para fazer e arrumar. O que o torna,
naturalmente, comportamental e não um departamento.
Então, da forma mais espontânea e esporádica que poderia
acontecer, o design se tornou uma “coisa” vigente. Uma ação “inconsciente e eficiente”
que serviu para gerar os artesãos da idade romana e os mestres da idade média.
Lembro sempre que Design, até o século XX D.C., não era uma carreira com um
estudo sério e sim uma consequência de pequenas ações que as pessoas faziam o
tempo todo, por isso o Design acontecia. Ele não era um departamento e sim, um
comportamento de nós mesmos para solucionar problemas cotidianos do nosso
dia-a-dia. Só na metade do século XVIII, na Inglaterra, que o termo ganhou
destaque devido ao desenvolvimento industrial do período naquele país.
Porém, ele vem de outros termos Latinos. O designare
(desenho), e de signum (signo que á marca ou sinal que identifica “o conceber
de algo”). Na tradução da expressão italiana disegno (desenho) que ganhava
força no período devido aos seus séculos de estudo da arte clássica. Juntando
tudo com o progresso dos processos industriais e a criação das “Schools of
Design” que esta expressão passou a ser caracterizada em uma atividade
específica no processo de desenvolvimento de produtos e identificações dos
mesmos. Mas desde a idade média, com a criação dos brasões de famílias reais e
mercadores, que o design visual também ocorria.
A partir desse ponto na história (século XX) quase tudo
virou “design” e depois da passagem da 2ª Grande Guerra para o século XXI,
outras profissões (em posturas oportunistas) agregaram o termo Design aos seus
serviços. Uma ação meramente visual e sonora pois num país como o Brasil (que
tem sérios problemas de alfabetização) qualquer termo em inglês é sinal de
qualidade o que mostra uma certa ingenuidade do nosso “querido” povo.
Mas e mesmo assim, o que é design? É viver observando e
pensando em tudo o que já foi feito para melhorar o que está em vigor e o que
está por vir. No final de cada dia, conseguir fazer isso é um esforço tremendo
mas a profissão esbarra em alguns problemas sérios de nossa cultura como a
prostituição da profissão por “micreiros” que cobram pouco pelo trabalho prestado
(que além mal feito é muito mais técnico do que aparenta), pela invasão de
cursinhos de computação que ensinam “design” só porque estão ensinando uma
ferramenta (e não o pensamento) e o fato de nosso povo achar e pensar que arte
é algo que crianças de 5 anos fazem melhor que um formado depois de 5 anos. É
muito desgastante e humilhante ouvir e ter que ler isso, muitas vezes, mas é um
terrível fato dessa carreira que carece de boa vontade dos leigos em querer e
se dispor a saber mais sobre ela. Fica aqui um pequeno e humilde apelo de
quando isso acontecer e quando muitos perceberem que com um design bem feito
tudo tende a melhorar e a custar mais porque está melhor, a população vai
consumir produtos, serviços, programas e sistemas melhores e os profissionais
serão valorizados como devem ser igualmente a um médico, advogado e engenheiro
são pela “tradição” das suas carreiras.
Com tantas informações diferentes e relevantes, o que sobra
no final desse texto? Mais informações. A seguir, alguns links para consulta e
livros para se ler de maneira descontraída.
Sites
Artesanato: http://www.viladoartesao.com.br/blog/2009/10/designer-como-e-quando-o-artesao-mudou-de-nome/
Livros:
Viver de Design: ADG Brasil e Senac São Paulo
Valor do Design, O: Strunk, Gilberto. 2AB
Que é Design Grafico, O: Quentin Newark, Bookman.
Livros em sites:
Design Thinking: http://livrodesignthinking.com.br/
Design
Thinking Brasil: http://www.dtbrbook.com.br/
Thiago Sardenberg
ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing, MBA em Design Estratégico
Rio de janeiro - RJ